Mulheres com Deficiência pela Inclusão Já!

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Erotismo e Deficiência combinam!


Descrição da imagem: capa do livro “Sexualidade e Deficiência: Rompendo o Silêncio”. DE PAULA, Ana Rita; REGEN, Mina; LOPES, Penha. Expressão & Arte Editora – Brasil – 2005. Cor de fundo da imagem é lilás e tem a foto da obra autobiográfica da artista Frida Karlo. Ela está nua e com um colete na coluna e todo o seu corpo cortado ao meio por um grande e forte pedaço de ferro exposto na imagem. Seu semblante é de uma dor profunda.E embaixo da foto tem o nome do livro, das autoras e da editora. 


Por Ana Rita de Paula, Mina Regen e Penha Lopes*

Erotismo deficiência são termos que parecem não combinar quando postos lado a lado. Mas combinam! Nós é que não percebemos. Quando uma pessoa com deficiência, diz que mantém relações sexuais, em geral, podemos reagir com desconfiança ou pena.

Primeiro, por duvidar que alguém possa sentir atração por ela: é mais provável que esteja se aproveitando ou obtendo alguma vantagem. Segundo, por supor que ela esteja fantasiando ou mentindo. Lamentamos, então, a impotência humana diante das fatalidades que atravessam nossas vidas!

Como o novo sempre nos assusta, procuramos nos vincular ao já conhecido. E, assim, buscamos refúgio nas imagens que a sociedade, geralmente, nos apresenta tanto de sexualidade (sexy é quem exibe um corpo perfeito e simétrico, segundo os padrões de beleza e estética da mídia) quanto das pessoas com deficiência (alguém que erroneamente supomos ser imperfeito, incapaz, frágil, e que não pode fazer parte da sociedade dita ‘normal’).

O resultado é um misto de muita alienação, desinformação e preconceito. Esses sentimentos e reações não requerem julgamento, mas uma revisão à luz de informações que permitam ver além dos estereótipos. A disposição interna para refletir sobre essas posturas e mudar é o primeiro passo no sentido de favorecer a inclusão das pessoas com deficiência.

A disposição de amar inclui a capacidade de acolher, trazer afetuosamente para perto de si o mundo e a vida em suas faces mais plurais. É enriquecedor receber o outro, no caso a pessoa com deficiência, disposto a compreendê-lo dentro de suas circunstâncias. 

Encarar a sua sexualidade como algo natural, não como um tema obscuro e restrito, ajuda a explicitar o conjunto de significados que a sociedade, geralmente, escreve naquele corpo e libertá-lo desses conteúdos subliminares, que burocratizam, restringem e bloqueiam suas experiências pessoais e afetivas.

*Trechos da obra: “Sexualidade e Deficiência: Rompendo o Silêncio”. DE PAULA, Ana Rita; REGEN, Mina; LOPES, Penha. Expressão & Arte Editora – Brasil – 2005.


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